Tutores e donos de organizações sociais que cuidam de animais têm sofrido algumas dificuldades no processo de castração de cães e gatos em Salvador. Isso porque, conforme denúncias enviadas ao Bahia Notícias, a gestão municipal, por meio da Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis), teria diminuído e restringido a quantidade de castrações para tutores.
Segundo as informações, o procedimento estaria limitado a 3 castrações por tutor. Ou seja, o mesmo responsável por um animal, só poderia levar 3 bichos para passar pelo processo gratuito. De acordo com um dos relatos feitos ao BN, a medida acaba prejudicando protetores de animais da capital baiana, que levam mais de três bichos, resgatados de situações de rua ou de abandono.
Conforme o relato, a medida acaba causando maiores custos para esses tutores que precisam se dirigir mais vezes aos locais onde são realizadas as castrações. Outro problema que pode ocorrer por conta da limitação no procedimento, está relacionado a reproduções indesejadas de bichos não castrados, além da proliferação de doenças entre os animais na cidade.
Uma tutora que preferiu não se identificar, revelou ao BN que em alguns episódios os profissionais não estão disponibilizando guia de castração para os responsáveis pelos pets.
“De 2 meses para cá a prefeitura limitou a três castrações por pessoa. Isso traz mais custo para a gente, pois precisamos nos deslocar mais vezes e aguardar a virada do mês. A dificuldade tem sido tamanha que em alguns casos nem a guia de castração eles estão fornecendo e alegando ser culpa do sistema”, disse.
Procurado pelo Bahia Notícias, o titular da Secis, Ivan Euller, encaminhou a demanda para a diretoria de Promoção à Saúde e Proteção Animal (Dipa). A diretora Amanda Moraes explicou ao BN que um problema técnico no sistema de agendamento de castração teria ocasionado a limitação de três animais. Segundo ela, um parecer técnico deve ser emitido para o problema ser resolvido.
“Os protetores conseguiam castrar sem essa limitação, só que tivemos esse problema no sistema, o sistema não está mais permitindo. Sou nova na gestão, eu tenho 20 dias [no cargo] e aí quando eu cheguei já estava com esse problema. Já foi relatado para o secretário, para o setor responsável e para o setor técnico. Esse sistema funcionava, a diretoria animal funcionava antes na Secretaria de Saúde. Então, esse sistema é administrado pela Secretaria de Saúde e aí o analista ficou de emitir um parecer técnico sobre isso para resolver o quanto antes. Não é algo que será permanente, é temporário e que estamos solucionando”, revelou Moraes.
A diretora indicou ainda que identificou e questionou a questão ao chefe do órgão, tendo o retorno de que a pendência seria resolvida.
“Quando entrei em contato com o secretário para saber porque, ele informou que não foi uma mudança, que foi algo do sistema e que o analista iria resolver. É como se fosse um pane do sistema, que não estava mais liberando porque ali a gente já tinha aquelas limitações por CPF comuns. O gestor que tinha como fazer e a própria clínica ou castramóvel, a gente não só faz castrações nas unidades móveis, a gente faz castrações nas clínicas também. A clínica e a diretora animal conseguia identificar que aquela pessoa era protetora e marcar mais castrações. E isso não consigo mais. Eu não consigo como gestora fazer mais castrações por CPF, só três a cada mês. Então, assim que eu identifiquei esse problema, eu questionei, perguntei ao secretário, ao setor responsável, e eles me disseram que estavam tentando solucionar”.
De acordo com Amanda, mesmo com a possibilidade da falha, ainda não houve um parecer técnico. “Um problema técnico, mas eu não tive ainda um parecer do analista. Eu vou cobrar, para que eles façam um parecer, certificando para que a gente emita uma nota para que a população fique ciente do que realmente está acontecendo”, afirmou.
Apesar de ainda não existir um prazo definido para a resolução completa, o órgão informou que, caso não seja possível corrigir a falha em tempo razoável, já estão sendo avaliadas alternativas, a exemplo da substituição do sistema.
A gestora não indicou um prazo para resolver o problema, mas que trabalha para corrigir a questão e que avalia também a mudança do sistema para garantir atendimento e apoio aos protetores.
“Posso te garantir que vamos fazer o que estiver dentro da minha possibilidade aqui o quanto antes. A gente tem cobrado isso todos os dias. Cobro e converso com o técnico para perguntar se foi solucionado, se tem algum prazo, porque a gente recebe cobranças no e-mail, nas redes sociais o tempo todo, dos protetores independentes, que são pessoas que ajudam o município. Sem eles, a gente não tem como resgatar esses animais”, concluiu.
Fonte:bahianoticias